O Núcleo de Estudos em Sociologia Econômica e das Finanças (NESEFi), promove:

Seminário: Empresas de Engenharia Consultiva e a gestão gerencial da política de habitação em São Paulo

Com: Magaly Marques Pulhez
Universidade de São Paulo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP

Data e hora: 19 de Novembro às 14  horas

Local: DEP-UFSCar, sala 2
Não será necessário inscrição.

Resumo: O trabalho aborda os arranjos estabelecidos entre departamentos estatais, empresas privadas e grupos profissionais na determinação, na regulação e na execução cotidiana da política habitacional em São Paulo. Empiricamente, focalizam-se as empresas de gerenciamento e consultoria – ou simplesmente gerenciadoras – que atuam como terceirizadas há pelo menos vinte e cinco anos junto à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano – CDHU, empresa pública vinculada à Secretaria de Habitação do estado de São Paulo, desenvolvendo atividades concernentes à função gerencial, de administração e controle das etapas de concepção, viabilização, implantação e operação de programas e empreendimentos. Alocadas no amplo setor da Engenharia Consultiva, a atuação destas empresas no país ganha significativa envergadura ainda nos anos 1960, durante a ditadura militar, acompanhando a tendência de transformação do modus operandi estatal e de expansão do repasse de funções executivas do Estado para o setor privado, já então amparada na doutrina gerencialista da eficiência, da competência e da qualidade. Ao longo do trabalho, são discutidas questões sobre a própria ideia da função gerencial como dispositivo de gestão e como racionalidade, sua recepção e incorporação ao desenho da política habitacional brasileira e a participação das empresas consultoras nessa dinâmica, a partir de um enfoque sobre os caminhos de seu desenvolvimento no país, os agentes envolvidos, as relações políticas, institucionais, profissionais e corporativas estabelecidas, o surgimento do “serviço especializado de gerenciamento” como uma ramificação da Engenharia Consultiva e seu estriamento pelas estruturas públicas estatais alegadamente falidas, justificado em discurso pela inexorabilidade da terceirização, problematizando-se o peso destas empresas na estrutura de gestão atualmente formalizada.

Cartaz_Magaly